As sombras da tarde despencam dos prédios. Será suicídio? Longe, ouvem-se barulhos. Não, não é o teu coração batendo, os barulhos vêm dos carros, cada vez mais distantes. Repara: a rua está deserta. Não demora muito, a tarde será uma lembrança que os outros só saberão se contarmos. Portanto, é preciso guardar a tarde com todos os detalhes possíveis. Mas, mais importante, é preciso não morrer, pois, se morrermos, aí será como se a tarde jamais tivesse existido. E essas sombras que ao nosso redor se atiram, terão se atirado em vão.
CRIAÇÃO: Diego Rebouças
Adorei a "imagem" das sombras se atirando. Se uma árvore é atingida por um raio no meio da floresta, ela realmente foi atingida? Teoria quântica e poesia, força e reflexão num texto poderoso! Gostei!!
ResponderExcluirNão sei falar bonito como meu xará, mas o texto é realmente bom!
ResponderExcluirOi, aqui é o Mauricio e vim conferir o blog por indicação. Fiquei com pena das sombras que se sacrificam em vão. Ou seriam sombras-acrobatas, todo dia saltando para cumprimentar os que sobrevivem à tarde? Muito bom!
ResponderExcluirGostei muitíssimo do texto. É difícil, às vezes, ser poético e não exagerar na mão, mas o autor consegue. Além disto, a idéia central por trás do texto é muito bonita, afinal, por mais fugidias que sejam as sensações e as sombras, e por mais precária que seja a nossa existência, é o encontro delas que torna a vida importante, e cada momento único.
ResponderExcluirA noite cai, e só resta a lembrança do dia. E da vida.
ResponderExcluirTexto reflexivo.
Detalhado, Perfeito.
Quantas imagens! Estas sombras despencando pelas paredes me lembraram aquele quadro do Munch. Um grito não ouvido. Uma sombra que ninguem viu. A angustia e o medo de uma sobra nunca mais ser lembrada.
ResponderExcluirMaravilhosa a sensação de que sombras, prédios, carros, rua e a tarde estão vivos, como personagens. E é preciso não morrer para fazê-los sobreviver!
ResponderExcluirExcelente!
E você sabe como a distorção da luz do fim da tarde é inspiradora.
ResponderExcluirOs suicidas que anunciam sua morte, são aqueles que querem aparecer. De que adianta sua cena, se não há ninguém para observá-los ou lembrá-los?
ResponderExcluirVivamos para lhes dar esse agrado.
Texto muito interessante...
Incrivel o texto!
ResponderExcluirAdorei a ideia de lembrarmos do passado, da tarde, mas não deixar de vivenciar o novo dia, sob pena de perdermos nossas memórias.
ResponderExcluirUm exercício diário isso.
Maravilhoso! Quero escrever assim quando crescer.
ResponderExcluirGosto de textos assim melancólicos, que tem uma beleza fria.
ResponderExcluirAdorei, Diego Rebouças essa sua veia lírica deixa nossas tardes ainda mais indispensáveis à vida.
ResponderExcluirFalar de depressão é falar de morte em vida. Você conseguiu trazer beleza a um tema tão pesado. Amei!
ResponderExcluirVocê é talentoso e se expressa de maneira simples e bela. Parabéns, gato!
ResponderExcluirSempre fui teu fã e adoro teus textos... Cada vez que leio algo novo sempre me surpreendo! Parabéns
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom! Até mesmo pra mim, que não sou grande entendedor de poesias, esse agradou!
ResponderExcluirParabéns!
Desculpe, Diego, mas interpretei o texto apenas como uma introdução, parece que está faltando o resto do conto. Sei que sou limitado (não, não digo tapado porque não sou assim tão estúpido), mas o sentimento que me ficou foi de algo truncado. Os trabalhos têm limitação em tamanho? Não estou dizendo que o texto não é bom, está ótimo, tanto que esperei mais (em quantidade)._Abraço..
ResponderExcluirDiego, gostei desse tom comparativo do texto e da forma como a passagem do tempo foi marcada nele. Muito bem produzido, parabéns.
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ResponderExcluirDiego, parabéns!
ResponderExcluirAcho muito preciso a forma como você cerca o instante. Uma descrição em espiral.
Concordo que aproveitamos pouco os nossos momentos e quando acontece de aproveitar é tão intenso. Imagina o êxtase de conseguir aproveitar todos os momentos de nossa vida?
Não teria droga que chegasse aos pés!
É uma pena mesmo, estes instantes mortos, perdidos, nunca mais resgatados, em vão...
ADOREI!
bjs
Celene Maria