segunda-feira, 7 de junho de 2010

Fantasmas, Lendas, etc por Felippe Lima

FANTASMAS DE OURO PRETO

‘’ livro Tesouros, fantasmas e lendas de Ouro Preto, de Ângela Leite Xavier ‘’ –

Lendas:

Uma moça com casamento marcado com um homem mais velho e distinto se apaixona por um cavaleiro, mulato, que sempre passava diante de sua janela. Trocam olhares, bilhetes. O pai dela descobre e dá sumiço no rapaz. Esperando a volta do amado, a moça definha até morrer. Ainda hoje é vista, vestida de noiva, em um casarão no Bairro Lages, em Ouro Preto.

A Missa dos Mortos de Ouro Preto - MG

O caso aconteceu entre o fim do século XVIII e começo do século XIX, na igreja de Nossa Senhora das Mercês que fica ao lado de um cemitério. Quem viu foi João Leite, zelador e sacristão que se preparava para dormir em sua casa, próxima ao templo, quando percebeu luzes na igreja e foi verificar o que acontecia. Deu com uma missa em andamento, repleta de fiéis vestidos em longas túnicas escuras e um estranho padre cuja nuca era pelada e branca. Eis que o padre voltou-se para a assembléia e pronunciou "Dominus Vobiscum". Foi aí que o sacristão viu-lhe a face cadavérica e bem reparando constatou que todos os presentes eram igualmente esqueletos. Tratou se escafeder-se sem chamar a atenção mas ainda a tempo de observar que a porta de acesso ao cemitério estava aberta.

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Uma lenda diz que, debaixo da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, existe muito ouro. Dizem até existir um túnel debaixo dela que vai dar no Morro da Queimada. Por ele, os escravos de Paschoal da Silva Guimarães teriam tentado salvar o ouro de seu senhor quando o morro foi queimado por ordem do Conde de Assumar. Muitos escravos teriam morrido lá embaixo em conseqüência dos desabamentos. Por isso, até hoje, ouvem-se suspiros profundos das almas penadas daqueles mortos.

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Uma vez, tarde da noite, um cônego foi chamado para dar assistência a um doente muito mal em seu leito. O religioso foi até a Igreja do Pilar buscar o viático para ministrá-lo ao enfermo. Dentro da igreja estava um seu irmão de ordem, desconhecido, ajoelhado, rezando. Como as portas estavam trancadas, o vigário não entendeu como o desconhecido havia entrado lá e perguntou a ele. Surpreso, ouviu-o dizer que morava ali mesmo. Em seguida, desapareceu, deixando o cônego de boca aberta

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Antigamente havia uma fábrica de pigmentos naturais perto da Capela da Piedade. Toda aquela região é rica em pigmentos de vários tons, muito usados, antigamente, nas pinturas artísticas e de casas.

Havia um senhor que era fiscal daquela fábrica e ia lá todos os dias fazer o seu trabalho. O local era deserto, não havia nenhuma casa nas redondezas, apenas a capela e o galpão das tintas.

Uma tarde quente de sol, estava ele dirigindo-se à fábrica, como sempre fazia. Quando passou próximo ao adro da capela, avistou um padre aproximando, com aquela batina preta cheia de botões, chapéu preto, vindo dos lados do Padre Faria. O padre caminhava rapidamente, de cabeça baixa, em direção à porta da capela.

O fiscal da fábrica tentou se aproximar para conversar com o padre. Então aconteceu o inesperado. O padre desapareceu bem na porta da capela. O pobre homem ficou atônito.

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Muitas igrejas em Ouro Preto têm mistérios ainda não desvendados. Na Igreja do Rosário, podem-se ouvir, à noite, tambores e cantos maravilhosos. Ao ouvir esse som, muita gente, vencendo o medo, costuma encostar a cabeça nas paredes de pedra e ficar assim por muito tempo, apreciando a beleza daquela música misteriosa

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Também na Igreja de São Francisco de Assis, muitos já ouviram gemidos e arrastar de correntes, em plena madrugada. Também foi visto no interior do templo, um irmão com hábito preto, rezando o breviário.

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Dentro da Igreja do Carmo, ouve-se um arrastar de chinelos. Dizem que é Maria Chinelaque assombrando. Ela era uma preta velha que limpava a igreja e estava sempre arrastando seus chinelos pelas ruas de Vila Rica.

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No interior da Igreja de Santa Efigênia, ao meio-dia, estando a mesma fechada, ouviu-se conversa de negros Mina, com seu sotaque característico. As vozes vinham da capela- mor.

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De madrugada, quando as ruas estão vazias e escuras e as famílias já se recolheram às suas casas, pode-se ouvir o barulho das patas de um cavalo que sai, a galope, pelas ruas da cidade. Ele sai das Águas Férreas e vai até o Patronato, atravessando a cidade toda. Por todas as ruas, o cavaleiro misterioso vai trotando nervosamente, a perturbar o sono dos moradores. Dizem tratar-se de um padre, vestindo uma batina preta e, na cabeça, traz um chapéu também preto. Ele procura, desesperadamente, a chave do sacrário que perdeu. Há mais de 200 anos, perambula pelas ruas da cidade em busca da chave da qual era guardião. Teme que ela seja encontrada por alguém de má fé que profane o cofre sagrado e espalhe as hóstias pelo chão. Ele tem o dever de zelar pelo que é sagrado e não terá sossego enquanto não encontrar essa chave

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